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SUTILEZAS
Quando canta doces mistérios,
tua voz de vento e sussurros,
é o que nos basta, é o que apaga
os labirintos tétricos e escuros.
Acorda o ser mais desamado,
ancora, aos beijos, os perseguidos,
assalta, de surpresa, desavisados,
desperta, para o amor, desenganados.
Não é preciso o toque de teus dedos,
a tua voz ensina o caminho
no canto úmido que docemente tocas,
na pele, em revoada, nos pêlos, em desalinho.
Voz, que a tudo invade, sem licença,
ocupas o meu corpo, dentro e fora
e me arrasta à líricas fantasias,
quando nem terminas de cantar o que querias.
Lívia Tucci, do livro "O Avesso do Cristal".
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