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EVOLUÇÃO DOS HOMENS
Que me alises, felina, em pleno cio,
como os gatos se enroscam e
ronronam
horas a fio, horas a fio.
Yo no creo en las brujas
pero que las hay, hay.
E por que doem minhas vísceras de ruminante?
E pra quem armam tuas unhas fendidas,
a visão noturna, a fome de cães,
um império de animais?
Que me alises, linda, lírica,
em onírica malícia, verte
e baba a resina, a sina química
que solta dos pêlos, favos.
Que adormeça, messe, meça
outro cio que estiver por vir.
E se eu me hibernar
no teu olhar de lince?
E se eu derramar em ti,
meu líquido denso,
numa várzea de véus?
Que eu mereça tuas mandíbulas,
no alvo exclusivo, que eu pereça,
que eu feneça em nódulos,
em lendas pré-históricas, que eu me esqueça.
E assim sendo, serei o pêndulo
da tua espinha,
te guiarei das trilhas à tocaia.
Eu, descuidada, um antílope.
Nós, liquidados, presas submersas,
e nas pernas rígidas, o colapso,
no tronco, o último golpe.
Perigoso, perigoso, que te tornes,
no tempo do abate, que é ora findo,
quando as pontadas de fome
nadarem em derredor.
Deus, salva-nos do dilúvio.
Que a disputa não se finda,
que as lutas entre os machos prevaleçam,
o instinto, a onomatopéia, o instinto,
as espécies e as fêmeas.
Deus, a benção.
A ciência dos flamingos, clamo.
A fidelidade dos cisnes, clamo,
pelos animais em evolução.
Brisa nenhuma quebre a placidez dos ares,
o círculo das águas.
Que eu equilibre a natureza,
no instante letal do medo.
Animais em fuga, sejamos sempre,
em majestosa solidão.
Que nos habitem chacais do vale.
Que eu aprenda
a evitar, cada vez mais,
a tua mão de Homem.
A ciência dos flamingos, clamo.
A fidelidade dos cisnes, clamo,
pelos animais em evolução.
Brisa nenhuma quebre a placidez dos ares,
o círculo das águas.
Que eu equilibre a natureza,
no instante letal do medo.
Animais em fuga, sejamos sempre,
em majestosa solidão.
Que nos habitem chacais do vale.
Que eu aprenda
a evitar, cada vez mais,
a tua mão de Homem.
A ciência dos flamingos, clamo.
A fidelidade dos cisnes, clamo,
pelos animais em evolução.
Brisa nenhuma quebre a placidez dos ares,
o círculo das águas.
Que eu equilibre a natureza,
no instante letal do medo.
Animais em fuga, sejamos sempre,
em majestosa solidão.
Que nos habitem chacais do vale.
Que eu aprenda
a evitar, cada vez mais,
a tua mão de Homem.
A ciência dos flamingos, clamo.
A fidelidade dos cisnes, clamo,
pelos animais em evolução.
Brisa nenhuma quebre a placidez dos ares,
o círculo das águas.
Que eu equilibre a natureza,
no instante letal do medo.
Animais em fuga, sejamos sempre,
em majestosa solidão.
Que nos habitem chacais do vale.
Que eu aprenda
a evitar, cada vez mais,
a tua mão de Homem.
Lívia Tucci, do livro "O Avesso do Cristal".
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