MARÍ(N)TIMA
Teu corpo alagado
é um porto selvagem e inconstante,
quando tudo fora é sequidão e estio.
Eu, enchente de rios, matas, peixes,
que teimas represar em mim.
Na incessante busca e entrega,
por sobre a pele alva e salina,
voe-me, albatroz, em doce agonia,
flecha-me o alvo, o túnel, o arco.
Inunda, finalmente, em espumas gotejantes,
a branca praia, deserta e encantada
e ávidos ao mastro, redescobrindo terras,
a posse será lenta, a invasão armada.
Serei em teu corpo, a mulher que insisto,
serás em minha mão, meu pássaro em extinção.
Teu corpo alagado
é um porto selvagem e inconstante,
quando tudo fora é sequidão e estio.
Eu, enchente de rios, matas, peixes,
que teimas represar em mim.
Na incessante busca e entrega,
por sobre a pele alva e salina,
voe-me, albatroz, em doce agonia,
flecha-me o alvo, o túnel, o arco.
Inunda, finalmente, em espumas gotejantes,
a branca praia, deserta e encantada
e ávidos ao mastro, redescobrindo terras,
a posse será lenta, a invasão armada.
Serei em teu corpo, a mulher que insisto,
serás em minha mão, meu pássaro em extinção.
Lívia Tucci, do livro " O Avesso do Cristal".
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